*

*






O

O


sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Presos em Natal, PMs recebiam até galinhas para liberar criminosos

Em uma das interceptações, policiais denunciados fazem gozação sobre galinhas que foram recebidas como pagamento de propina para liberar homem flagrado com munições     (Foto: Reprodução/G1)
Os 12 policiais militares presos na operação 'Novos Rumos' receberam dinheiro, queijos e até galinhas para liberar suspeitos de cometer crimes e permitir o tráfico de drogas na região metropolitana de Natal. As descobertas foram feitas por meio de interceptações telefônicas e escutas instaladas dentro de um carro do 9º Batalhão da Polícia Militar. O conteúdo está transcrito no pedido de decretação de prisões preventivas, indisponibilidade de bens e afastamento de sigilo de dados fiscais feito Ministério Público à Justiça potiguar. O G1 teve acesso aos documentos, que tiveram o sigilo levantado nesta quarta-feira pela 11ª Vara Criminal.
Em outra interceptação, um dos PM chega a alertar o colega para ter cuidado com um iPhone que teria sido tomado de um suposto criminoso  (Foto: Reprodução/G1)
Um diálogo travado dentro do carro 294 do 9º Batalhão da Polícia Militar é usado pelo MP para ilustrar a série de crimes praticada pelos PMs. Na conversa, os policiais afirmam que "honestidade não vale nada" e questionam por quê eles deveriam ser honestos "se os políticos não são". O mesmo carro, segundo o Ministério Público, foi usado para cometer os crimes de associação criminosa, tortura, corrupção passiva, receptação, furto, roubo e prevaricação entre 2014 e 2015.

O MP começou a investigar os policiais militares após denúncias de corrupção passiva, no qual os suspeitos estariam recebendo dinheiro para permitir o funcionamento de casas de jogos ilegais. Além disso, os doze PMs também estariam oferecerem serviços de segurança privada em estabelecimentos comerciais valendo-se de recursos que deveriam ser empregados na prestação do serviço público de segurança, como armas e carros da corporação.

Para fundamentar o pedido de prisão preventiva, quebra do sigilo financeiro, sequestro dos bens imóveis e apreensão de bens móveis dos policiais investigados, os promotores alegaram que todos possuem um “alto grau de periculosidade, o que impõe temor em toda a sociedade” – visto que utilizam a farda da Polícia Militar para cometerem os mais diversos crimes – e que também “demonstram ter uma rede de contatos que terminam por favorecê-los tanto no meio policial quanto entre os criminosos”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário