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quinta-feira, 14 de maio de 2015

Opinião: o que levou Corinthians e São Paulo ao fiasco na Libertadores

Corinthians x Guaraní Libertadores Gol (Foto: Marcos Ribolli)
O dia seguinte a uma eliminação lembra um episódio de seriado policial norte-americano. Inicia-se a caça ao responsável pelo crime. E até que se chegue ao culpado, suspeitos são intimados, presos, pressionados. A ressaca da derrota distorce verdades, cria factoides, e a maior cidade do país acordou em ressaca coletiva de suas duas maiores torcidas.

Fora da Libertadores, Corinthians e São Paulo terão de mostrar maturidade para entender que tipo de bebida causou a enorme dor de cabeça da quinta-feira. Quantas doses de salários atrasados, mau planejamento, salto alto ou aquele gole imperceptível de bola na trave, pênalti perdido, cartão vermelho desnecessário.

É mais difícil, talvez mais abstrato, explicar o “crime” corintiano. Afinal, há pouco mais de um mês, o time era exemplo de futebol bonito, moderno e eficiente, digno de ser destrinchado na televisão pelo próprio técnico. O adversário, pobre Guaraní, era inofensivo a ponto de o diretor agradecer a Deus pelo cruzamento generoso nas oitavas de final.


O Timão se embriagou de vaidade. Optou pelo caminho mais fácil de deleitar-se com elogios e acreditar na autossuficiência de quem, mesmo com um reserva aqui ou uma mescla ali, passeou na primeira fase do fraquíssimo Paulistão, que tem, a valer, duas semanas de torneio.


A soberba não é planejada, não é voluntária. Nenhum jogador do Corinthians acordou e, ao se trocar para o treino, pensou: “Hoje não vou de chuteiras, vou de salto alto”. No mundo imaginário em que as cabeças do clube se permitiram entrar não haveria dificuldades, obstáculos intransponíveis, e, quando eles surgiram, a reação foi a pior possível. Em nenhum momento houve medo de perder o controle. Pensou-se sempre que “só depende de nós”, como se fossem fantasmas do outro lado. Não eram.

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